Como a dependência química é classificada como doença?

Como a dependência química é classificada como doença?

Contudo, ela não prediz qual será a escolha do organismo em um momento determinado. Herrnstein e Vaughan (1980) propuseram o termo de “melhoração” para descrever a estratégia usada por animais e humanos no momento da escolha. Segundo os autores, os organismos vão dedicar maior quantidade de tempo e/ou esforço às alternativas das quais se obtém clínica de recuperação o maior “benefício” no momento, isto é, naquelas alternativas que possuem a maior taxa local de reforço. Essa abordagem multiprofissional e multidisciplinar só é possível numa clínica de recuperação, além disso na clínica a pessoa também é preparada para viver numa vida de total abstinência das drogas e como manter esse estilo de vida.

Tratamentos mais indicados para a dependência química

A visão da dependência de drogas como doença prevalece fortemente nos dias de hoje. O DSM-IV substituiu a palavra “doença” por “transtorno”, mas a segunda tem como significado implícito a primeira. O que é mais, a distinção entre adicção e consumo excessivo proposta por Jellinek é usada no DSM-IV sob os termos “dependência” e “abuso”, respectivamente. Dessa forma, “a perda de controle” continua sendo a premissa fundamental que define a dependência como doença. Há uma diversidade de quadros clínicos onde as patologias podem ser gatilho para a geração de um dependente químico. A vulnerabilidade da mente, decorrente de doenças, oferece grande risco ao vício em drogas e substâncias presentes em medicamentos.

Dependência Química Feminina

Intervenções globais também são de grande importância, pois focam no desenvolvimento de comportamentos positivos para se ter uma vida mais equilibrada e saudável. Ao contrário do que muitas pessoas podem pensar, a internação pode ser apenas uma das etapas do tratamento para a dependência química. Ela é realizada com o objetivo de desintoxicar a pessoa e não pode ser vista como uma cura. Alguém que antes tinha interesse em praticar certa atividade física ou cultural, passa a deixar de praticá-la em favor do uso de uma substância. Ao usá-la, a pessoa passa a depositar todo o seu prazer unicamente na própria droga, mudando o comportamento e abandonando hábitos saudáveis e positivos.

Quanto tempo demora para se livrar de um vício?

Além de ter dificuldades para manter um emprego, a pessoa que está sofrendo com uma dependência química também acaba por gastar mais dinheiro do que pretendia comprando a droga. Por vezes, o indivíduo chega a gastar dinheiro que não tem ou até mesmo roubar objetos para trocá-los pela droga. A euforia provocada pelo uso da cocaína é um reforço para que o comportamento de usar a droga se repita mais vezes, enquanto a abstinência provoca sintomas desagradáveis que podem ser evitados ao usar a droga novamente.

O que causa a dependência de drogas?

Além disso, há consequências maiores, como a morte pelo abuso no consumo dessas substâncias entorpecentes. Para evitar que esses desastres ocorram, é preciso estar atento a fatores de risco que podem levar à dependência química. É importante também tratar das doenças e transtornos associados à dependência química, assim como os sinais e sintomas deixados pelo uso/abuso das substâncias, de modo que tratar das comorbidades é também tratar da dependência química. Ronaldo Laranjeira – Embora o efeito da nicotina não seja tão poderoso quanto o da maconha, é muito mais constante. Imaginemos que o fumante dê dez tragadas em cada cigarro e fume vinte cigarros por dia. Feitas as contas, num único dia seu cérebro recebeu um reforço positivo pelo menos duzentas vezes.

O entorpecente, que altera a percepção da realidade e o pensamento, faz o usuário esquecer momentaneamente das frustrações, dos problemas, responsabilidades e compromissos. Em adição, a falta de autoconhecimento pode levar à má interpretação das causas de sua angústia, levando-a a se manifestar através de rebelião, raiva ou isolamento. O desarranjo das sinapses dos neurônios pré-frontais enfraquece a resistência aos apelos da droga, mesmo quando a intenção de abandoná-la é verdadeira. A tolerância reduz o grau de euforia experimentado no passado, aprofunda a apatia motivacional na vida diária e leva ao aumento progressivo das doses e às mortes por overdose.

Entretanto, o consumo repetitivo e a longo prazo dessas substâncias pode causar efeitos bastante nocivos à saúde e a vida do usuário como um todo. Muitos estudos buscam identificar características que predispõe um indivíduo a um maior risco de desenvolver abuso ou dependência. Além disso, fatores individuais e aspectos do beber fazem com que mulheres, jovens e idosos sejam mais vulneráveis aos efeitos das bebidas alcoólicas, o que o colocam em maior risco de desenvolvimento de problemas. A dependência química é definida pela 10ª edição da Classificação Internacional de Doenças (CID-10), da Organização Mundial da Saúde (OMS), como um conjunto de fenômenos comportamentais, cognitivos e fisiológicos que se desenvolvem após o uso repetido de determinada substância. A dependência pode dizer respeito a uma substância psicoativa específica (por exemplo, o fumo, o álcool ou a cocaína), a uma categoria de substâncias psicoativas (por exemplo, substâncias opiáceas) ou a um conjunto mais vasto de substâncias farmacologicamente diferentes. O vício em drogas é considerado um caso de saúde pública, pois grandes são os impactos gerados.

Um dos efeitos da substância é o aumento da disponibilidade de dopamina, um dos principais neurotransmissores relacionados ao prazer, no cérebro. Atualmente, a substância passa por uma variedade de processos químicos até ser comercializada ilegalmente na forma de sal (pó) ou base (crack). Durante esses processos, frequentemente há a adição de substâncias que podem potencializar o efeito da droga e torná-la ainda mais prejudicial à saúde. É comum que dependentes químicos se afastem da família e se distanciem dos amigos. O isolamento social é um sintoma marcante dessa condição, sobretudo, porque a pessoa tende a abandonar atividades cotidianas que antes davam prazer, como por exemplo, a participação em grupos esportivos, religiosos, acadêmicos e profissionais.

Nesse momento, o apoio e a empatia das pessoas mais próximas é fundamental — assim como a busca por ajuda profissional. Se a pessoa tomar os cuidados necessários e não fizer mais o uso de substâncias, frequentar psicoterapia e grupos de ajuda, a doença pode ser muito bem controlada. Estar motivado a gerar mudanças em prol do seu bem-estar é um dos fatores que poderá fazer toda a diferença. O resultado disso é que o usuário permanece sentindo o prazer da droga, por conta da contínua ativação do sistema de recompensa do cérebro. Um estudo sobre a neurobiologia e a dependência da cocaína mostrou que os níveis de dopamina no cérebro aumentam em até três vezes mais que o normal. A maconha é um tipo de droga alucinógena, responsável por alterar a percepção de quem a usa.

Neurociências

Os quadros de isolamento social também são prejudiciais para as pessoas, a falta de contato contribui como gatilho para as drogas. O afastamento produz falta de perspectiva de vida por parte desse indivíduo e torna o consumo de entorpecentes algo interessante, seja como escape da realidade ou uma forma de consolo. Um grande fator é a fase da adolescência, na qual as pessoas são facilmente influenciáveis.


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